A SACMCV
Um ano após a criação do IPPC - Instituto Português do Património Cultural (Decreto-Regulamentar Nº. 34/80 , que aprova a Lei Orgânica do referido Instituto, dependente da Secretaria de Estado da Cultura) um grupo de jovens rapazes de Castelo de Vide, estudantes, tiveram oportunidade de se iniciarem num projecto de arqueologia neste concelho inseridos, na altura, num Programa de Ocupação de Tempos Livres (OTL) que, resultou na criação do Grupo de Arqueologia de Castelo de Vide.
A nível nacional, lembramos que em 1981 são descobertos os primeiros vestígios de arte rupestre do Paleolítico, ao ar livre, no concelho de Freixo de Espada à Cinta e que, também, no início da década de oitenta (1980-1985) as autarquias começam a mostrar interesse na atividade arqueológica surgindo nesse período vários serviços municipais de arqueologia. O Município de Castelo de Vide, sobretudo a partir desse período, criou um estilo de intervenção que radicou numa abordagem centrada na defesa salvaguarda e promoção do património cultural em prol da comunidade e numa interpretação da animação sociocomunitária que teve como objetivo a organização da população em torno de "comunidades de interesses". Necessariamente, este estilo de planeamento assentou incondicionalmente em fatores de cultura e de identidade local, favorecendo o incentivo e a valorização dos recursos de base endógena.
É neste contexto que, a par de outras instituições que hoje desempenham um papel importante em vários domínios, surge, em Agosto de 1981, o referido Grupo, desde sempre apoiado pela Autarquia. Nove anos após a sua criação, a Câmara Municipal avançou com a proposta de o Grupo integrar os serviços culturais municipais, visto que o estudo, a preservação, a promoção e a divulgação do património cultural, e muito particularmente o histórico e arqueológico, passaram a ter um papel privilegiado no seio do "estilo" de intervenção adotado pela Edilidade.
Atualmente a Secção de Arqueologia da Câmara Municipal de Castelo de Vide, funcionando sob a alçada do Pelouro da Cultura e desenvolvendo uma atividade que pode ser considerada pluridisciplinar, é determinante para o conhecimento da história local, apoiando técnica e documentalmente investigadores em parcerias que se têm vindo a concretizar entre a Autarquia e Instituições Académicas. É, desta forma, um meio de dinamização e crescimento turístico no concelho.
Nesta oportunidade, apresentamos alguns documentos e materiais elucidativos de um percurso iniciado há 33 anos, conscientes do dever e responsabilidade profissional com a Autarquia, a comunidade científica e os castelo-videnses em particular. Pretendemos, no futuro, estar à altura das responsabilidades, acreditando, sempre, que o desenvolvimento e valorização de Castelo de Vide passa obrigatoriamente pela dinamização e conhecimento do património, nas sua múltiplas vertentes.
Secção de Arqueologia da Câmara Municipal de Castelo de Vide.